Gota a gota caem do limbo
Contrariando o poeta
Quem disse que estão
Sós, mudos, paralisados?
Nada é obscuro no reino das palavras
Nada é estático
Nessa superfície em movimento
Tudo se realiza
E tudo se consuma
Consumindo a dor
Força teu coração a sonhar
Ouvindo a musicalidade
Das palavras em estado de dicionário.
Ano novo? Ah, homens,
que invenção contar o tempo!
Dispenso vãs filosofias.
Frívolas alegrias
camuflando mágoas
em um mundo em decomposição.
Costuro a vida com linhas de sonhos.
Cavalgo no vento à procura da poesia.
Aprendi a dançar a dança do amor e da dor.
Compreendo-me o tudo do nada.
"Fiz de mim o que não soube e
o que podia fazer não o fiz"