Senhor, Senhor, meu Deus!
Eu não sou o poeta Drummond!
Meus ombros não suportam o mundo!
Entenda a fragilidade da minha alma!
Não vês que não consigo mais caminhar
Sobre essa linha fina da vida?
Se não me ajudas vencer os obstáculos
Por que os colocas no meu caminho?
O que queres de mim?
A Ti eu disse tudo o que eu queria
E, no entanto, só ouvi o Teu silêncio
Como uma forma de desprezo por mim.
Desenrola! Manifesta! Acorda, Senhor!
Eu não tenho todo o tempo do mundo!
Não me imponha limites
Eu sou feita de infinitos!
Não me diga o que fazer
Eu não vou obedecer!
Não me prenda em gaiolas
Eu nasci com asas de sonhos
Para voar além dos horizontes!
Não diga que me ama
Eu não acredito nos homens!
Poupe-me das inúteis futilidades
Eu sou feita de realidades!
Não venha assombrar minha vida
Eu sou a própria sombra!
Metade mulher
Metade bicho.
Perfume de flor
Cheiro de fera.
Brisa suave
Furacão que devasta.
Leveza das borboletas
Patadas de fera.
Delicadeza das rosas
Bestialidade dos espinhos.
Amor e ódio na alma.
Olho no olho!
Decifra-me se for capaz!
Eu vou vivendo entre vírgulas.
Às vezes a chama flamejante
Parece clamar pela morte...
Mas eu acendo em mim a esperança
E a leoa, adormecida dentro de mim,
Desperta para as batalhas da vida.
Algumas vezes, as nuvens de lágrimas
Querem fazer morada nos meus olhos
E encobrir o sol do meu sorriso;
Nesse instante de dor imensa
Onde eu já não caibo dentro de mim
Eu me transbordo como um oceano...
E, assim, vou escrevendo meu destino
Nas linhas tortas da vida!
Não! Não é solidão! Na calmaria das águas
Que seguem seu curso
Sinto-me mais perto de mim :
É o encontro com minha alma
Que se deixa transbordar...
Agora sou apenas eu!
Não há barulho interior.
Há um sentimento profundo
E a doce e suprema desilusão
Que me faz sentir plena, absoluta!
Aprendo a seguir o curso da vida
Desacreditando no amor dos homens
E amando-me como eu mereço!
Não! Não é solidão! Na calmaria das águas
Que seguem seu curso
Sinto-me mais perto de mim :
É o encontro com minha alma
Que se deixa transbordar...
Agora sou apenas eu!
Não há barulho interior.
Há um sentimento profundo
E a doce e suprema desilusão
Que me faz sentir plena, absoluta!
Aprendo a seguir o curso da vida
Desacreditando no amor dos homens
E amando-me como eu mereço!
Leia com calma
Se quiser me entender!
Eu não sou o que você vê
E nem sou o que você imagina.
Eu sou a poesia rara
Que você não sabe sentir.
Então, meu caro, feche o livro
Mas não rasgue as páginas!
Há uma fila enorme
À espera de grandes descobertas...
No meu mundo de sonhos
Não há lugar para analfabeto do amor!
Borboletas na alma. Flores no coração.
Talvez eu viva uma realidade
Que você nunca vai entender.
Fazer o quê? Eu nasci poeta,
E em mim foram guardados
Todos os sonhos do mundo!
A melhor forma de sobrevivência
É fantasiar e romantizar as dores.
Essa é a química do meu DNA:
Ao mundo e seus conceitos, o meu cinismo!
Eu sou a minha doce solidão
No meio dessa multidão hipócrita!
Seus lábios são poesias
Que escorrem o mais puro néctar
No deserto da minha alma.
E eu me perco, sem pudor,
Deixando minha língua passear
Pelo céu de tua boca...
Nesse instante, sou uma presa fácil
Nas garras de um implacável jaguar
Que traz no olhar inocente
Toda a maldade da sedução
Arrastando-me ao abismo do paraíso!
Apesar de tudo
Eu sigo plena, absoluta!
Eu não preciso de religião
Para me encontrar com Deus.
As luzes lá do alto
São lâmpadas que iluminam
A minha alma, e acalmam
As tempestades voluptuosas!
Sei que Deus me abraça
Quando a tristeza me visita;
E dos seus dedos mágicos
Faz chover sobre meu ser
Infinitas gotas de felicidade...
Minha religião é o amor e Deus!
Antes que meus olhos se fechem
Eu preciso ver o teu rosto!
Antes que minhas mãos não se movam mais
Eu preciso tocar o seu corpo!
Antes que minha voz se cale
Eu preciso dizer que te amo!
Antes que meus passos não mais caminhem
Eu preciso ir ao teu encontro!
Antes que a morte me encontre
Eu preciso viver ao teu lado!
Um rosto, Um olhar. Um sorriso.
Uma mistura de anjo e tentação.
Eu vou do inferno ao paraíso
Viajando nas asas do pensamento.
Pecado? Não existe pecado no paraíso!
Fecho os olhos e abro o coração.
O amor transborda todo o meu ser
Como o sangue que corre nas minhas veias...
A poesia se cala...não há palavras
Para definir a inquietude da alma
Que clama pelo desejo de voar...
Oh, meu Deus, por que tu permitiste?
Por que não mudaste a minha história
Se tinhas nas mãos o meu destino?
A voz da poesia invade a sala
Escorrendo lentamente, suavemente,
Misturando-se ao vermelho do meu sangue...
Não sei quem lamenta mais a dor
Se é meu coração cansado ou se é a poesia
Tão intrusa quanto esse sentimento
Ilhado, amordaçado no meu peito.
Uma lágrima teimosa salta dos meus olhos...
Meu olhar se reveste de grossas nuvens
Negras, tão pesadas quanto o fardo
Que pesa duramente na minha alma frágil!
Meus olhos passeiam pelo infinito
Na esperança de encontrar Deus.
Inútil! As portas do paraíso estão fechadas.
Penso que Deus está tão cansado quanto eu.
Caminho...há uma porta a minha frente. Fechada!
Mal sabe ela que eu tenho a chave.
Imito o Criador: dane-se o mundo!
Amo o tempo e o vento!
O vento que passa
Às vezes, imperceptível,
Arrastando nas mãos
O lixo e o luxo das palavras
Registradas na alma...
Ah, e o tempo?
Não, ele não é nosso carrasco.
O tempo é o amigo
Que recebe das mãos do vento
Essa carga que pesa o coração!
Ele faz chover a paz no espírito...
Gratidão ao tempo e ao vento
Que acalmam essa turbulência
E nos revestem de força e sabedoria
Não nos deixando cair em tentação,
Livrando-nos de todo o mal
De não perdoar aos que nos ferem!
Sinto tua presença inspiradora
Inundar todo meu ser;
Porém, ironicamente, as palavras riem
E torturam minha fábrica de sonhos...
Há um nó que não desata,
Uma adrenalina correndo solta,
E a voz se cala, estarrecida,
Deixando-se levar pela doce correnteza...
E a poesia, estática e emudecida,
Deixa fluir do misterioso silêncio
Gotas mágicas de ilusões...
Ai, quem me dera, coração,
Ser poeta de corpo e alma
Para te fazer um poema de amor!
Acordei.. olhei no espelho...
A porta estava aberta,
E eu, completamente desprotegida!
Impossível entender o que aconteceu.
A alma parecia uma tempestade no mar...
Sobre a mesa, uma taça de vinho tão vermelho
Quanto o sangue que corre nas veias...
Fecho meus olhos à procura de mim mesma
E eu não consigo me encontrar no labirinto
Que se instalou dentro do meu ser.
Uma vez que a poesia fez morada em minh'alma
E descobriu as chaves
Que abrem as portas do meu coração
Eu não faço mais questão de me encontrar.
Para ela, já não sou mais um segredo!
Para valer a pena
Temos que nos encantar
Pelos pequenos detalhes
De uma vida tão breve.
É preciso ver o amor florescer
Onde a dor insiste em permanecer
E lavar a alma com as tempestades
Mesmo que fiquem as cicatrizes.
Para valer a pena
Temos que provar o amargo das manhãs
Mergulhar nas tardes de outono
E navegar nas noites com ou sem estrelas...
Viver é vestir-se de flores
E pintar a alma sofrida
De sabores, de perfumes e de cores
Com os pincéis da esperança.
Da minha janela, eu contemplo o horizonte.
A fumaça do outono cobre as montanhas,
Os raios do sol se estendem preguiçosamente
Como uma longa cortina transparente...
Dentro de mim, a eterna guerra
Entre calmaria e tempestade.
A minha alma se enche de um vazio
Como uma árvore que perdeu as folhas.
Sinto-me o duplo sentido da vida,
Um barco na direção contrária
Navegando...Até quando? Eu não sei.
No dia em que você voltar
A porta estará fechada.
Encontrará o cadeado trancado
Mas as chaves não estarão lá
E nenhum chaveiro possui o molde.
Não tente arrombar a porta!
Lá dentro só mora o vazio
Todos os sentimentos bons e ruins
Fizeram as malas e partiram.
Eles não deixaram nem os rastros...
No dia em que você voltar
Será tarde demais!
Vive! Mas não te apegues!
Somos seres descartáveis
Com data de validade vencida.
Somos o nada do nada!
Estamos prestes a partir
Para aonde? Quem sabe?
E quando partirmos para sempre
Alguém chorará, como de costume,
Outros fingirão dores.
E nesse dia, nesse mesmo dia,
Não serás nem um retrato na parede
(Até porque não se usa mais).
Na tela do celular ou do computador
Teus filhos e tua família colocarão
Uma bela paisagem da natureza
Ou, certamente, a maravilhosa foto
De suas namoradas ou namorados.
Por isso, não chores, não sofras, não ames!
Insensibilidade, meu caro, não dói!
Insensibilidade te faz mais forte!
Às vezes eu penso em desistir
De caminhar nessa longa estrada.
Sinto as pernas cansadas
E a alma endurecida e molhada
Pelas lágrimas que escorrem
Finas e frias do coração amargurado.
Meus olhos não mais olham para o céu,
Já não procuram esperanças perdidas...
Basta de falso lirismo!
Chega de camuflar a dura realidade!
Ponto final. Eu assino a minha incompetência:
Eu não posso reescrever essa história!
Para que palavras
Se o olhar diz tudo?
Palavras são detalhes
Quando os olhares se encontram
E falam em silêncio.
Não há distância. Há sorrisos
E borboletas irrequietas no estômago.
Um leve tremor passeia nas veias
Bombeando ternura na alma...
A linguagem universal do amor
Não nasceu para ser traduzida
Nem para ser entendida.
Tudo se revela no silêncio.
Meu lema:
Às vezes fada!
Eu colho palavras do vento,
Escuto o barulho da alma,
Voo nas asas da imaginação
E vivo sonhos impossíveis...
Acredito em mentiras sinceras
E no fantástico mundo dos homens!
Eu não tenho varinha mágica.
Sempre bruxa!
Eu não gosto de vassouras
Mas tenho um caldeirão de magias
Em chamas dentro da alma.
Nele eu fervo meus sonhos,
Transformo dores em cinzas...
E deixo que o vento se encarregue
De expulsá-las para bem longe...
Eu não sou um anjo
E nem pretendo ser.
Sou um ser alado
Porque nasci com asas de sonhos
E liberdade de pensamento.
Ninguém pode aprisioná-los!
Meu mundo interior é maior
Do que o universo...infinito...
E eu ainda não consegui percorrer
O universo que tenho dentro de mim.
Mas, apesar dessa imensidão,
Não há lugar para amor bandido
E pessoas vazias de sentimentos.
A porta está aberta... Vá!
E não olhe para trás!
- Jogue-me suas tranças!
Qual Rapunzel presa na torre,
Cabelos vermelhos curtos, alma comprida,
Ela não espera pelo príncipe.
Homens, mulheres, jovens, crianças,
Carros, bicicletas, motos...
O barulho infernal da avenida
Não é maior do que o barulho interior.
Vez por outra, ergue os olhos para o céu...
O azul do infinito faz doer os olhos.
A nuvem, em forma de cavalo branco,
Também não apareceu.
Ela sabe que o príncipe desapareceu
Nas páginas do livro encantado.
O som da campainha no portão não grita:
- Jogue-me suas tranças, Rapunzel!
Sete pecados. Capitais ou capitalistas?
Não sei ao certo qual o sistema do céu.
Qual o tipo de governança impera por lá?
Não creio na Democracia celeste,
Ou quem sabe, Socialista?
Não vou me preocupar com isso,
Não tenho interesse em morar lá.
Não seria bem vinda ao paraíso
Reservado para os escolhidos.
Fui chamada mas não fui escolhida.
Esse destino traçado por mãos alheias
Vai respingando lágrimas na minha alma
E endurecendo meu coração.
Chega, Senhor! Corta o cordão umbilical
Não me imponha limites
Eu sou feita de infinitos!
Não me diga o que fazer
Eu não vou obedecer!
Não me prenda em gaiolas
Eu nasci com asas de sonhos
Para voar além dos horizontes!
Não diga que me ama
Eu não acredito nos homens!
Poupe-me das inúteis futilidades
Eu sou feita de realidades!
Não venha assombrar minha vida
Eu sou a própria sombra!
Então eu fecho os olhos
Para esquecer as dores do mundo!
Mas a minha alma está atenta
À dura paisagem que se desenha:
A mulher que chora amargamente
A eterna partida do filho,
A criança inocente que tomba
Violentamente pela bala perdida...
Preciso fechar os olhos da alma
Para esquecer as dores do mundo!
Há sobras de pães nas padarias
E os mendigos famintos morrem nas calçadas...
Meu pensamento viaja nessa terra sem leis,
O inferno e o paraíso ao mesmo tempo!
Eu preciso esquecer as dores do mundo!
Mas a minha alma inquieta não deixa!
A lama que escorre da montanha
E encobre a cidade e os homens
Sufocando o grito e as lágrimas,
A vida que nada vale
Para a Vale do Rio Doce,
"Filhos de Cristo, cada vez mais ricos!"
Preciso fechar os olhos da minha alma
Para esquecer as dores do mundo!
Metade mulher
Metade bicho.
Perfume de flor
Cheiro de fera.
Brisa suave
Furacão que devasta.
Leveza das borboletas
Patadas de fera.
Delicadeza das rosas
Bestialidade dos espinhos.
Amor e ódio na alma.
Olho no olho!
Decifra-me se for capaz!
Ela cresceu nos jardins floridos
Entre afetos, beijos e abraços.
Os olhos âmbar, tão misteriosos,
Eram capazes de captar a poesia
Onde nenhum mortal enxergaria.
Trazia na alma, bem lá no fundo,
Uma indomável irreverência.
Conheceu amores, dores, dissabores
E o sabor salgado das lágrimas.
Aprendeu a costurar as feridas
Com as linhas da poesia
E não mais se deixar rasgar pela dor.
E a menina, que um dia, foi flor
Tornou-se uma pedra. Uma rocha.
Eu vou vivendo entre vírgulas.
Às vezes a chama flamejante
Parece clamar pela morte...
Mas eu acendo em mim a esperança
E a leoa, adormecida dentro de mim,
Desperta para as batalhas da vida.
Algumas vezes, as nuvens de lágrimas
Querem fazer morada nos meus olhos
E encobrir o sol do meu sorriso;
Nesse instante de dor imensa
Onde eu já não caibo dentro de mim
Eu me transbordo como um oceano...
E, assim, vou escrevendo meu destino
Nas linhas tortas da vida!
Leia com calma
Se quiser me entender!
Eu não sou o que você vê
E nem sou o que você imagina.
Eu sou a poesia rara
Que você não sabe sentir.
Então, meu caro, feche o livro
Mas não rasgue as páginas!
Há uma fila enorme
À espera de grandes descobertas...
No meu mundo de sonhos
Não há lugar para analfabeto do amor!
Ela cresceu nos jardins floridos
Entre afetos, beijos e abraços.
Os olhos âmbar, tão misteriosos,
Eram capazes de captar a poesia
Onde nenhum mortal enxergaria.
Trazia na alma, bem lá no fundo,
Uma indomável irreverência.
Conheceu amores, dores, dissabores
E o sabor salgado das lágrimas.
Aprendeu a costurar as feridas
Com as linhas da poesia
E não mais se deixar rasgar pela dor.
E a menina, que um dia, foi flor
Tornou-se uma pedra. Uma rocha.