Quero o silêncio da alma
Para ouvir o barulho que vem das montanhas.
Ah o vento! O vento canta uma canção
Fazendo festa nos galhos verdejantes
E excitando as folhas em um bailado alucinante.
A sensualidade das árvores me fascina.
Eu tempestade sinto-me calmaria
Diante do grande espetáculo da natureza!
A tarde vai fazendo sua despedida.
A lua, tímida, sorri do alto do infinito
Para os pássaros que retornam aos seus ninhos...
Apesar de tudo, e dessa minha estranha felicidade,
Um enorme vazio preenche de dor o meu peito.
Não é a solidão. É a saudade de mim mesma!
Madrugada de estrelas e luar.
Dei uma última olhada para o céu.
Os deuses passeavam em carruagens
Pelo universo sem fim. Um suspiro.
Calmamente, sem em nada pensar, extasiada,
Dirijo-me ao meu quarto.
Embevecida, deito-me suavemente...
O sono vem fácil... sinto-me cansada.
E, magicamente, ou tragicamente,
Você aparece no meu sonho.
Lindo, mágico, pousa sobre mim tuas mãos.
E, antes que eu pudesse reagir,
Aconteceu a troca do beijo que nunca daremos.
Assustada, abro os olhos para a realidade:
Um sonho... um devaneio... nada mais!